Como a Ucrânia perdeu a guerra

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Por ROSTISLAV ISHCHENKO*

A Rússia venceu a guerra contra a Ucrânia e a OTAN. Porém, Kiev não está pronta para capitular e aceitar os termos de paz russos, o que pode levar ao avanço do exército russo

Vendo o mapa do desenvolvimento da Operação Militar Especial (OME), as pessoas periodicamente fazem uma pergunta: por que não atacar o flanco e a retaguarda das forças armadas ucranianas, cruzando novamente a fronteira das regiões de Kharkov, Sumy, Chernigovsk, e entrando a partir do território da Bielorrússia.

Após tudo o que se passou, nada limita o espaço territorial da “zona de guerra”. Os territórios limítrofes de Rússia são constantemente assediados pelas forças armadas ucranianas; suas unidades de sabotagem tentam realizar incursões em território russo (não muito profundas, mas ainda assim tentam) e as tropas russas também já entraram no território ucraniano a partir da Bielorrússia na primavera de 2022. Desde então, as relações entre o regime de Kiev e Minsk só piorarem, de modo que não há nenhum obstáculo sério para que esse tipo de movimento se repita.

É verdade que a Polônia já declarou que se dispõe a defender a Ucrânia se as forças armadas bielorrussas entrarem nas hostilidades em território ucraniano. Mas, em primeiro lugar, não estamos falando do envolvimento do exército bielorrusso (apenas de passar pelo território do país) e, em segundo lugar, a Polônia não é páreo para Rússia e só enviará seu exército para a frente de batalha se tiver ao menos uma esperança de chegar a um empate, evitando a derrota completa. Neste momento, a Polônia ainda não concluiu a reforma e o rearmamento do seu exército, razão pela qual um conflito em grande escala com a Rússia, sem a ativa participação dos seus camaradas de maior porte da OTAN, está claramente além das suas capacidades. A própria Varsóvia não resistiria por muito tempo, e os Estados Unidos e outros aliados da Europa Ocidental não parecem quer lutar com a Rússia.

Se não há contraindicações significativas, por que então metade da frente potencial permanece sem ser utilizada? A resposta é simples: porque não é rentável para a Rússia. Os ucranianos tentam estender as forças russas numa frente a mais larga possível, enquanto os russos tentam concentrá-las numa área a mais estreita possível, nas seções principais.

A princípio, a Rússia tentou aplicar a teoria da Blitzkrieg

Na primeira fase da Operação Militar Especial, a Rússia buscou travar uma guerra de manobra numa frente ampla, baseada no fato de que a Ucrânia em nenhum caso (mesmo com a mobilização mais massiva) teria tropas suficientes para garantir a densidade militar necessária ao longo um enorme arco, de Odessa a Jitomir. E o exército russo, melhor preparado e equipado, obteria uma vantagem significativa, uma vez realizada uma manobra eficaz.

A rigor, essa foi uma aplicação moderna da teoria das operações profundas,[i] desenvolvida no início dos anos 1930 pelo Exército Vermelho –  mais conhecida pela sua famosa designação alemã: “Blitzkrieg” (guerra relâmpago). As guerras dos anos 1990-2000, bem como a experiência de conflitos limitados, como o da Síria, confirmaram a relevância dessa teoria. Elas testificaram que um exército moderno, de alta tecnologia, tem uma vantagem considerável sobre um inimigo armado e treinado no estilo do final dos anos 80 e princípios dos anos 90 do século passado, não apenas se aquele exército moderno estiver em igualdade numérica, mas mesmo que essa relação seja significativamente inferior.[ii] Supunha-se então que a Rússia manobraria facilmente, com a sua superioridade tecnológica.

No entanto, a pausa realizada em março e abril, para negociações, permitiu a Kiev não só mobilizar mão-de-obra, mas também receber do Ocidente meios modernos de combate, na forma de radares de contrabateria, bem como sistemas de defesa aérea e antimísseis. A Rússia não temia a relativa multiplicidade destes últimos, mas a sua capacidade de trabalhar em conjunto com os complexos de reconhecimento ocidentais[iii] tornou-se uma surpresa desagradável, que reduziu bruscamente e por longo tempo a eficácia das aeronaves russas de combate.

No início daquele verão de 2022, a Ucrânia recebeu sistemas de artilharia ocidentais, que, em conjunto com os drones de reconhecimento, representaram uma séria ameaça para a retaguarda imediata do exército russo. Tudo isso em conjunto tornou impossível o movimento rápido de poderosas colunas de tropas[iv], que é a marca distintiva de qualquer Blitzkrieg.

Uma operação profunda significa o menor número possível de mobilização de pessoal para combate e o máximo de movimento possível em colunas de marcha. O movimento rápido resolve o problema de isolar uma frente ainda resistente, manobrando pela sua retaguarda, bloqueando a entrega de reforços de mão de obra, armas, munições, combustível e lubrificantes, chegando-se assim a destruir por partes as reservas de tropa, privando o inimigo da oportunidade de criar uma força de ataque para aliviar o bloqueio das unidades isoladas ou, pelo menos criar, uma nova linha de frente nas profundezas da defesa.

A operação profunda é um sistema de ajuste fino. Todos os seus componentes devem operar em interação plena e eficaz entre si. Se um dos elementos do sistema não puder ser implementado, a Blitzkrieg não será exequível.

O comando político-militar russo tem como principal vantagem o talento que se exige para a decisão nos assuntos militares: uma vez descoberto um problema, não se busca superá-lo com teimosia ou com o sobreinvestimento automático de maiores recursos, busca-se rapidamente, isto sim, uma opção alternativa, que possa conduzir à vitória, de modo talvez mais lento, mas não menos efetiva.

Se não se pode aferir superioridade pelo formato Blitzkrieg, é preciso implantar um formato diferente

Também Clausewitz categorizou as guerras como guerras relâmpago e guerras de atrito (ou de desgaste). Na década de 20 do século XX, essa clivagem foi exaustivamente trabalhada pelo chefe e teórico militar russo e soviético Alexander Andreyevich Svechin (general do Estado-Maior do Exército Imperial Russo e comandante de exército do Exército Vermelho). Ao contrário de muitos de seus contemporâneos, Svechin defendeu a preparação do país para uma longa guerra de atrito[v], observando, com razão, que as vastas extensões russas e as suas capacidades de mobilização não permitiriam que a teoria da Blitzkrieg fosse aplicada contra o país. Além disso, a experiência da Primeira Guerra Mundial mostrara que os blocos adversários mobilizam recursos tão grandes que um avanço em uma das frentes ou até mesmo a retirada da guerra de uma das potências aliadas não é garantia de uma vitória final.

A Segunda Guerra Mundial confirmou brilhantemente todas as previsões de Svechin ― e a sua obra Strategiya (1927) [Strategy, East View Information Services] ainda é relevante e fácil de ler para uma literatura tão específica. Apesar de todas as Blitzkriegen de Hitler, apesar da retirada da França da guerra, apesar da captura dos Bálcãs pela Alemanha e do estabelecimento do controle sobre a Escandinávia, apesar dos êxitos iniciais da Wehrmacht na campanha de 1941 contra a URSS, no final, a guerra tornou-se prolongada, e a vitória não foi conquistada por uma manobra brilhante e profunda, mas por uma base de recursos mais poderosa.

A Rússia opta pela guerra de atrito

É lógico que, ao se dar conta da impraticabilidade da Blitzkrieg nas circunstâncias que se configuraram, a liderança político-militar russa voltou-se para o segundo tipo de guerra, uma guerra de desgaste.

A Rússia não se propôs conquistar a Ucrânia. Aliás, vale notar que tanto a Blitzkrieg, como a guerra de desgaste, via de regra – com raras exceções – não perseguem esse objetivo. O objetivo de toda guerra não é capturar mais territórios, como pensam alguns, mas sim alcançar os objetivos estratégicos esperados no menor tempo possível e com o mínimo de perdas e custos.

Assim, todas as definições de operações militares clássicas são sobejamente aplicáveis à Operação Militar Especial russa na Ucrânia, especialmente a partir do momento em que se ultrapassou o marco de uma curta campanha de libertação, em apoio a forças locais amigas. Mas, ainda neste quadro, perseguem-se também os objetivos clássicos de uma campanha militar. Simplesmente, a ênfase principal recai não no componente militar, mas no componente político.

A guerra de desgaste não exige uma mobilização geral

Uma guerra de desgaste exige a criação de frentes fortes e estáveis. Para isso é preciso uma concentração densa de forças em áreas prioritárias. Para não realizar mobilizações em grande escala, desnecessárias do ponto de vista dos objetivos de uma guerra de desgaste, a Rússia reduziu ao máximo a linha de frente, retirando tropas de três regiões do nordeste da Ucrânia. Mais tarde, para aumentar a estabilidade da frente, viu-se necessário deixar parte da região de Kharkov, bem como recuar para aquém do Dnieper, no seu curso inferior.

A Ucrânia não pode lançar um ataque em grande escala através da sua fronteira nordeste. Não é um objetivo sensato para as forças armadas ucranianas: a Rússia tem demasiada profundidade estratégica, que excede qualquer capacidade das forças da Ucrânia para conduzir uma operação ofensiva eficaz.

As defesas russas minimizaram a possibilidade de grandes avanços de tropas

Quaisquer avanços das tropas ucranianas através da fronteira, incluindo forças relativamente grandes, seriam suicidas, seriam de natureza exclusivamente política e midiática, e teriam como objetivo apenas exercer pressão psicológica sobre a sociedade russa. No entanto, a construção relativamente rápida de fortificações ao longo da fronteira e a sua ocupação por tropas, reduziu a zero a possibilidade de grandes avanços, enquanto as tentativas periódicas de penetração no território russo por pequenos DRGs (grupos de sabotagem) ucranianos apenas resultam em perda de pessoal e em ações retaliatórias análogas por parte da Rússia, sem causar maiores danos.

Ao mesmo tempo, uma vez que existe a eventual ameaça de tropas russas romperem a fronteira nas regiões nordeste da Ucrânia, as forças armadas ucranianas são forçadas a manter contingentes relativamente grandes ao longo de toda essa linha, de Kharkov a Kovel e Lutsk, desviando essas forças de outras frentes. Ao utilizar forças relativamente pequenas, a Rússia compromete recursos muito maiores das forças armadas da Ucrânia na sua fronteira nordeste.

Ao mesmo tempo, na grande frente de Kherson a Kupyansk, o trabalho de moer as forças ucranianas vem sendo realizado com sucesso, por conta da produção e aumento sustentado da vantagem das forças armadas russas em blindagem, artilharia, aviação, drones, mísseis, assim como na sua intensidade de disparo. Não importa o quanto Kiev se esquive, não importa quantas mobilizações gerais e massivas anuncie. As suas reservas estão se esgotando, a densidade das tropas que ocupam a frente de batalha está diminuindo, a qualidade dessas tropas está caindo, e uma catástrofe em toda a frente se aproxima.

Isso já foi perceptível desde o início do verão até o final do outono. As forças armadas russas passaram, primeiro, da defesa nas batalhas mais imediatas (sul e leste) para a pressão sobre as forças ucranianas, mantendo-as na defensiva ao longo de quase toda a linha de frente. E depois, aumentaram continuamente a pressão, forçando o Estado-Maior ucraniano a transferir as mesmas unidades do sul para o norte e para o centro, para preencher as lacunas constantemente emergentes nas formações de batalha. O exército russo começou, assim, a estrangular, lenta mas seguramente, o inimigo.

A velocidade de retirada das forças armadas ucranianas só aumentará a frequência e a profundidade do avanço das forças russas. Em breve, o Estado-Maior ucraniano será confrontado com uma escolha: recuar rapidamente para posições despreparadas para além do Dnieper – arriscando um colapso total da frente – ou transferir brigadas que cobrem a fronteira nordeste da Ucrânia para outra estabilização temporária da frente. Se Kiev escolher a segunda alternativa, a reiteração do movimento da ofensiva russa tal como em fevereiro-março de 2022 no setor Bielorrússia-Kharkov (corrigindo-se agora os erros cometidos) voltará a ser relevante.

A diferença fundamental entre uma guerra de atrito e uma Blitzkrieg é que esta última implica a destruição do exército inimigo durante um avanço profundo. Se o avanço não foi bem-sucedido ou a destruição do inimigo não ocorreu por algum motivo, uma Blitzkrieg malsucedida frequentemente produz uma crise para o lado que a lançou. Uma guerra de atrito tem os seus aspectos negativos – em particular, pode causar problemas na economia e fadiga da sociedade, além de ser mais dispendiosa do que uma Blitzkrieg bem-sucedida –, mas a sua resolução, do ponto de vista puramente militar, é menos arriscada, uma vez que a ponderação entre as capacidades próprias e as do inimigo seja corretamente realizada.

Numa guerra de atrito, o avanço mais profundo ocorre após o inimigo ter sofrido perdas humanas e materiais suficientes, além de estar suficientemente exausto, física e mentalmente, para chegar ao ponto de perder a capacidade de resistir a outra ofensiva. Nesse momento, uma pressão normal sobre as posições do inimigo se transforma em um avanço profundo, que ele não pode deter, não porque não tenha tempo para transferir reservas, mas porque essas reservas simplesmente já não existem; elas foram queimadas durante o processo de desgaste.

Com efeito, a Ucrânia já perdeu a guerra de atrito. Ela simplesmente não tinha os recursos adequados. E o Ocidente esgotou os seus – o que ele próprio admite com amargura. No entanto, Kiev não está pronta para capitular e aceitar os termos de paz russos. Se esta posição obstinada não mudar (e não temos motivos para acreditar que mude), então ainda teremos a oportunidade de ver tanto o colapso da frente ucraniana quanto o rápido avanço das colunas do exército russo, contra as quais a Ucrânia simplesmente não disporá, por si só, de nenhum recurso.

*Rostislav Ishchenko é cientista político e ex-diplomata ucraniano exilado na Rússia.

Tradução: Ricardo Cavalcanti-Schiel.

Publicado originalmente em Revuelta Global.

Notas do tradutor


[i] Operações eventualmente também conhecidas como manobras de grande flecha.

[ii] Com efeito, especialistas internacionais independentes estimaram o primeiro contingente russo em ação na Ucrânia em fevereiro/março de 2022 em não muito mais que 90 mil combatentes, frente ao que seria suposto, por então, como 209 mil combatentes ucranianos (cifra do “Military Balance” do pouco confiável International Institute for Strategic Studies– IISS).

[iii] Leia-se ISR (Intelligence, Surveillance, and Reconnaissance).

[iv] Imagem bem estampada, no início do conflito, pelas longas colunas de carros de combate russos nas rodovias do norte da Ucrânia.

[v] Isso custou a Alexander Svechin a indisposição frontal de Josef Stálin, levando-o a ser executado por ordem pessoal deste último em 1938, durante o Grande Expurgo. Stálin defendia um perfil ofensivo para o Exército Vermelho, o que o levou a desmantelar as estruturas de defesa interna, o que, por sua vez, produziu o bem conhecido desastre diante do avanço da Wehrmacht em 1941. A reputação de Svechin só viria a ser restaurada por Mikhail Gorbachov.


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